Cheque especial: com juros altos, saldo negativo na conta corrente pode se tornar uma grande dívida

21 de janeiro de 2025

Apesar de popular, o cheque especial, uma espécie de empréstimo que o banco disponibiliza já na abertura da sua conta-corrente, que muitas vezes é utilizado para cobrir despesas que não estavam previstas no orçamento, pode se tornar um problema.

A utilização pontual e com previsão de regularização do saldo não representa grande impacto financeiro, uma vez que os juros gerados não se acumulam, mas manter um saldo negativo na conta corrente pode trazer riscos à saúde financeira. “Na conta corrente se você tem um saldo negativo, ou seja, se você usou o crédito fornecido, é preciso ter ciência que esse juro é muito alto. Hoje gira em torno de 8 a 9% ao mês”, explica o especialista em Direito Bancário, Marcos Boschirolli.

O acúmulo desses juros pode tornar um montante pequeno uma dívida complexa. “Se você mantiver por longos períodos um saldo negativo, essa dívida começa a correr o risco de se tornar impagável, porque estes juros de 8, 9% recairão sobre o mês que vem, no que a gente chama de juros sob juros ou anatocismo, que rapidamente transforma uma dívida pequena em uma dívida grande”, alerta o advogado.

Como sair das dívidas

A organização financeira é a chave para evitar as armadilhas que o dinheiro fácil disponível na conta bancária representa, mas para quem já acumula dívidas desta natureza, a orientação é buscar uma negociação junto ao banco. É comum conseguir descontos significativos por meio de um processo chamado revisional, que envolve a revisão de juros e taxas cobradas pelo banco para verificar se estão de acordo com as normas do Banco Central. Um advogado especializado pode auxiliar nesta negociação.
Após conseguir o desconto, o próximo passo é traçar um plano para quitá-la, incluindo cortes de gastos no orçamento mensal, aumento de renda e reserva de um valor destinado ao pagamento da dívida.